Dependentemente Independente
Independência é algo complicado. Por um lado, pode ser comparada a um sabonete, escorregadia. Mas por outro é totalmente o contrário. Afinal, quando conquistamos a tão sonhada independência, não dependemos de mais nada, apenas de nós mesmos. Portanto é algo que nunca iremos perder, certo? Não, errado. É difícil administrar essa “dádiva” que nos torna auto-suficientes. Um dia de depressão ou desequilíbrio emocional já é suficiente para nos fazer retroceder, voltar aos tempos em que só era preciso chorar para se ter o que era desejado. Quem dera fosse assim.
Ser independente requer equilíbrio, uma mente sã, a consciência de que daqui pra frente é apenas você... e você.
Mesmo assim, ser totalmente independente não é bom. Necessitamos de ajuda de vez em quando: de um ombro para chorar, de um conselho, até de dinheiro. De um amor, de um amigo, de um pai.
Viver em sociedade requer uma fórmula: ser independente com a ajuda de todos. Se o ser humano fosse completo, totalmente idealizado e realizado, não escreveria (quem escreve, escreve para alguém), não leria, não sentiria necessidade de conversar, de discutir, de questionar. Ninguém nunca atingirá a total independência, graças à Deus. Mesmo porque, se fossemos todos independentes, seríamos robôs.
E não digo isso só porque não tenho dinheiro para fugir de casa. Também. Mas principalmente porque descobri que ser independente não é conseguir, saber e poder fazer tudo sozinho. Ser independente é ter a consciência do quanto você depende das pessoas.