SERÁ VERDADE?

SERÁ VERDADE?

Mário Osny Rosa

Dois cumpadres se encruntraram na Vila, fazia tempo que us dois não cunversavam.

- Cumpradre ocê soube da nova lei qui apruvaram nu Brasil?

- Não sube não cumprade, mas que lei foi essa apruvada por senadores e deputados?

- Foi a tar lei qui ilimina um crime comum de traição de marido e mulher.

- Como é essa istória cumpadre?

- Ocê sabe que tem homi namorador que gosta de cumquistar a mulher do próximo.

- Sim eu sei disso cumpadre – si lembra do Joaquinzinho, que tinha aquela morena bunita de cair água da boca?

- Sim eu lembro, quandu acunteceu cumpradre?

- A mulherzinha do Joaquinzinho se mandu cum um tal de Zé Bento e deixou o coitado com a fiarada nas costas.

- Mas, cumpadre isso é crime!

- Que nada num é mais crime.

- A nova lei que lhe falei abluiu o tar crime de adurtério.

- Como foi isso cumpadre?

- Vutaram apruvaram o prisidente assinou e publicaram abriram o caminho para us namuradores.

- Coitado du Joaquinzinho ficou com a fiarada.

- Craro ela foi guzar a vida com o Zé Bento.

- Mas cumpadre lembrei dum caso, será que a tar de lei vai resurver ele.

- Mas que caso é esse cumpradre?

- Ocê cunhece a estória do Jum de Barro?

- Qual é o Jum de Barro será que cunheço?

- Sim ocê cunhece é aquele passarinho que faz uma casinha de barro in cima dos postes e a casinha é divida no meio.

- Agora me limbrei disso numa parte a fêmea faz o ninho e choca os ovos e na outra fica o macho cuidando da entrada da casa.

- É assim mismo cumpadre qui acuntece e qual é o seu caso sobre o Jum de Barro?

- Será que ele tumou cunhecimento da tar lei nova.

- Purque ele tinha que tumar cunhecimento da tar lei?

- Ocê sabe que se o macho percebi que sua amada faz algum galanteio pra outro Jum di Barro ele feche ela no ninho sem pena e nim dó até morrer de fumi.

- Num sei num cumpradre se ele vai cumprir a tar lei nova.

- Será que vai continuar matando sua amada por ela ter sido infiel?

- Acho que sim, isso deveria sirvir di exempro para homens e mulheres e ainda mais para esses homis que fazem leis absurdas.

São José/SC, 14 de dezembro de 2.005.

morja@intergate.com.br

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Asor
Enviado por Asor em 14/12/2005
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