CATADOR DE PAPEL
CATADOR DE PAPEL
Mário Osny Rosa
Um homem ora empurrando, ora puxando uma carrocinha casinha percorria as ruas de uma cidade, como acontece na maioria das cidades brasileiras, quem são esses homens e mulheres que vivem nessa labuta pela sobrevivência sem conseguir um trabalho estável rodam pelas cidades para catar de sucatas de todos os tipos, papéis velhos, para venderem e garantirem o seu sustento e de suas famílias.
Porque para ele é mais do que um meio de transporte é também um lar uma identidade todos os catadores de papéis tem um nome, uma família e uma profissão, que é dessa profissão que tiram sustento para suas famílias.
Outro questionamento que me vem à mente nesse momento quem ganha mais o catador ou o comprador melhor falando o atravessador, o catador continua catador com sua carrocinha casinha a percorrer as ruas e becos a procura de papel, papelão e sucatas.
O atravessador em pouco tempo tem carro caminhão prensa para acelerar a produção de fardos para vender a um bom preço para as industrias reciclarem, pois nossas industrias são carentes de matéria prima para reciclagem e com isso evitar devastação de nossas florestas para atender a demanda do consumo de papel papelão na produção de embalagens, matéria prima importante para atender os meios de produção.
Nesse circulo produtivo todos tem o seu ganho uns ficam ricos muito rápidos, outros mais lentamente, só que o nosso catador de papel continua na miséria, morando numa casinha quase igual a sua carrocinha casinha mal conseguindo dar de comer a sua mulher e sus filho, quando as vezes ainda passam algumas privações.
Não têm possibilidade de dar estudo a seus filhos e com isso continua gerando analfabetos ou semi-alfabetizados e dando poucas oportunidades para evitar outros males que vem destruindo os jovens ricos e pobres que passam a serem as vitimas das drogas.
Lembro que há trinta e oito anos começou a primeira campanha para erradicar o analfabetismo do país, nesse período nem a pobreza nem os analfabetos foram realmente erradicados, e hoje continua o governo gastando dinheiro nessas campanhas sem atingir o seu objetivo, que é, de não termos analfabetos no Brasil.
Vinculou propaganda na mídia gastando grandes somas de dinheiro quando deviriam criar uma maneira de estimular a todos a terem responsabilidade de saber ler e escrever partindo dos pais e estes transmitindo aos filhos, mas aí vem uma pergunta que estimulo pode transmitir um catador de papel ao seu filho se o mesmo sai de casa de madrugada e só volta depois do anoitecer e nem sabe onde seu filho andou durante o dia?
Onde está a assistência social quer da sociedade organizada, quer dos órgãos governamentais? Quando várias esferas assumem o mesmo trabalho na área social um fica a espera do outro para agirem e prol a pobreza o bom seria que todos se unissem numa tarefa de dar uma educação que através dessa educação eles estaria aptos para ganharem o suficiente para o seu sustento.
Florianópolis, 25 de junho de 2004.
morja@intergate.com.br