CAPÃO NOVO O QUE FOI E O QUE, LAMENTAVELMENTE, É...

Quem conheceu Capão Novo nos anos 80 , 90 e início dos anos 20, poderá, sem muito esforço, confirmar o que estou dizendo.

Era uma praia modelo com condomínios horizontais, sem muros, onde predominavam a beleza e a harmonia arquitetônica.

Edifícios de apartamentos espetacularmente construídos e distribuídos de tal forma que não comprometiam a harmonia do conjunto.

Um sistema viário exemplar com ruas regularmente calçadas, com ausência de irregularidade e desníveis.

Valos regulares de escoamento de água mantidos, permanentemente, limpos e apropriados para os fins a que se destinavam.

Quem comprava um imóvel ganhava um Título Patrimonial do Capão Novo Praia Clube em cujas instalações amplas e apropriadas aconteciam bailes para os sócios e memoráveis carnavais, com grande afluxo de público e que se divertia em um ambiente sadio seguro e com muita alegria.

Na abertura dos verões existia a Festa do Sol que começa com apresentação de atrações como a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e continuava, até ao final do veraneio com apresentações de grupos musicais de projeção regional, estadual e nacional.

O local destes espetáculos era um Teatro com uma cúpula cobrindo o palco e, ao ar livre, centenas de lugares- arquibancadas feitas com grandes moirões de eucalipto, sobre toras fixas no chão-, onde o público sentava-se para apreciar os shows que os artistas produziam.

Tudo isto de maneira, totalmente, gratuita que atraia público local e de outras praias trazendo um movimento espetacular para o posto quatro.

O nome deste anfiteatro era Palcão.

Logo depois do Palcão na rua do Amor Perfeito estava instalado o “Redondão” que era um teatro circular, sustentado por pilares, com cobertura de telhas de brasilite e totalmente aberto, com um palco no centro e, em volta dele uma pista de patinação na qual a gurizada e os jovens utilizavam-na para brincarem de patins, skate e as crianças menores aprenderem a andar de bicicleta, com toda a segurança.

Hoje, depois que o gênio singular do Dr. Elmar Ricardo Vagner, se viu obrigado a entregar a praia para as administrações públicas municipais a fotografia da Praia é, totalmente, diferente.

Ruas transversais e paralelas à av. Paraguaçu, totalmente esburacadas, com calçamento sem qualquer cuidado e que quando chove, transformam-se em verdadeiras lagoas em razão das grandes áreas que, pelo tráfego e pela falta de manutenção, foram sendo transformadas em buracos.

A Iluminação, antes abundante, agora é irregular e tem ruas que estão, totalmente, às escuras sem que tenham lâmpadas, pelo menos, em um poste.

O “Palcão” foi destruído no início dos anos dois mil e a “Festa do Sol Capão Novo” há muitos anos deixou de fazer parte do calendário de abertura do Veraneio que, agora, começa e acaba de maneira silenciosa e sem qualquer evento.

O Capão Novo Praia Clube, foi adquirido por empresários e virou uma pousada e ,com isto, não temos mais os carnavais que o tornaram reconhecido e famoso.

E, agora, neste mês de novembro de 2024, quem passar pela Avenida do Amor Perfeito, não verá mais crianças andando de patins ou skate no “Redondão porque, dele, sobrou somente um amontoado de restos de concreto e de telhas, desmontado que foi por razões de segurança, como, informalmente, se soube.

E, com certeza, como esta negligente, descuidada, desleixada e incompetente administração,que ficou oito anos no poder, tem menos de dois meses para estar a frente do executivo municipal, o “Redondão” está destinado a virar lembrança, como viraram o “Palcão”, a iluminação, as ruas bem cuidadas, o Clube e a Festa do Sol, na memória dos moradores de Capão Novo.

É lamentável, mas é a verdade e a verdade, mesmo com riscos para a quem a diz, deve ser dita.

(Recanto da Ana e do Erner 03.11.24- Capão Novo)

ERNER MACHADO
Enviado por ERNER MACHADO em 03/11/2024
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