OS HOMENS E AS MULHERES PRIMITIVOS... PARTE I

Essa ideia de lar, ponto fixo aqui ou acolá é um conceito muito mais moderno...

Nos primórdios, talvez em períodos anteriores às épocas mediáveis, embora os habitantes menos “polidos”, contassem sempre ou quase sempre, com algum lugar para retornarem após um árduo dispêndio de energias nas caçadas, não careciam necessariamente de uma residência fixa em determinado local, para sistematicamente irem e voltarem sempre ao mesmo ponto todos os dias...

Quando enjoavam de um determinado ponto, lançavam mão de seus pertences, ou seja, algum pedaço de pau, algumas pedras e etc., e rumavam para um novo lugar , que denominavam como nova habitação...

Mesmo porque, era preciso que fosse assim...

Sem tecnologia, sem segurança alguma e ainda sem as descobertas das armas e veículos para os transportar e proteger, os habitantes da Terra, ou seja, propriamente a espécie humana, colocada em condição de igualdade com os demais animais, era presa fácil... Aliás, deveria ser inclusive, presa predileta de alguma espécie primitiva, assim, como o javali “é uma espécie de lanche” para os leões, na África, haja vista preferirem espécies mais encorpadas e mais nutritivas, como as zebras, os gnus, os búfalos, etc.,

Então, dada as circunstâncias, os seres humanos, precisavam estar em constante deslocamento, pois, não poderiam erguer essas cercas elétricas para os proteger e nem muros de concreto para os separar das demais espécies, descobertas suas habitações, imediatamente tornavam-se alvos em potencial, razão pela qual, tinham que mudar seu local de residência...

Somente para ratificar essa última teoria, houve alguns casos nas pradarias geladas da Rússia, aonde o que parecia ser serviço de somente instinto de um felino, transformou-se num caso, comprovadamente, de astúcia, perspicácia, vigilância, “abate” e morte... E isso, não fora da parte da espécie humana, não... Fora por parte de um enorme predador, um chamado Tigre Siberiano, criatura esta, simplesmente majestosa, gigantesca , mortal e tanto quanto pesada, “leve” em seu deslocamento!

À época em que a espécie ainda não era protegida por Leis e sua pele e carne eram muito valorizadas e cobiçadas, certos caçadores, a fim de ganharem algum dinheiro, saíram à captura desses bichos. Os quais, (os caçadores) acostumados, não teriam sequer muito trabalho para abater um ou dois. O que renderia carne, ossos e um lindo tapete listrado , muito desejado naquelas paragens, naqueles tempos!

Separaram-se , pois, saíram juntos, dois caçadores, à caça, para evitar de terem que dividir o mesmo animal e reduzir pela metade os prováveis ganhos.

Ocorre que, logo após se separarem, um deles, notou pegadas na neve!

Ao se aproximar para verificar as tais pegadas, tomou um susto ao ver o tamanho das mesmas, pois, ao medir uma delas, chegava próxima dos 30 centímetros. O que queria dizer tratara-se de um excelente exemplar, mais valioso e com pele maior e mais peso!

Logo em seguida, ouviu algo como um porco grunhindo. Seguiu o som e qual não foi sua surpresa ao ter diante de si a alguns metros, um enorme Tigre Siberiano, próximo dos três metros e cinquenta centímetros de tamanho e provavelmente com trezentos e trinta quilos de peso!

Não teve dúvida. Preparou seu rifle, mirou e disparou e teve certeza que acertara em cheio o tal predador, mas, o mesmo, não acusou o impacto e embora ferido, fugiu!

Se aproximou do local e de fato, vira marcas de sangue no chão e ainda “estrebuchando” , um javali, que o predador estava abatendo para devorar!

Tendo em vista, sua caça, ter escapulido, o caçador, não teve dúvida, se apoderou do animal que estava morrendo, no caso, o javali, colocou em sua mochila e voltou para sua cabana, para tentar capturar mais tarde o tigre, provavelmente, ferido!

Enquanto preparava o javali para o jantar, ele, o caçador, ouvira do lado de fora de sua habitação temporária, barulho de passos e nas poucas árvores que ainda sobreviviam ao frio!

Qual não foi sua surpresa ao ver pela janela, nada mais , nada menos que o tigre que havia alvejado pouco antes, observando-o!

Novamente, não teve dúvida!

Tomou novamente do seu rifle, mirou novamente e bum!

Novamente teve certeza que acertara o animal, mas, aquele, retrocedeu com o impacto, ainda assim, fugiu novamente para local incerto!

Dessa vez, para evitar ser surpreendido pela recalcitrância, do tigre, o caçador, resolveu sair em seu encalço, embora a noite já tivesse chegado!