🔵 Esquadrão Classe A
O furgão do ‘Esquadrão Classe A’ já foi um sonho de consumo; hoje, aquela geringonça pareceria um carro de sequestrador ou uma “piruinha” de cachorro-quente; portanto, se eu visse um daqueles, suspeitaria estar diante de um “food truck”.
No entanto, o furgão preto da série estava carregado de veteranos da Guerra do Vietnã. Isso era muito legal! Era o currículo satisfatório que preenchia as exigências de uma década politicamente incorreta. No tempo em que Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Chuck Norris e Jean Claude Van Damme surravam, metralhavam e explodiam de tudo na ‘Sessão da Tarde’, nada poderia assustar mais.
Para quem possuía muito dinheiro e pouca imaginação, havia um portfólio de badulaques feitos de plástico e movidos a pilha anunciados com truques de câmera. De um jeito ou de outro, era possível extrapolar as telas e reconstruir o universo dos mercenários “Boinas Verdes” do Exército americano em Guarulhos.
Sem saber, desde tenra idade estávamos sendo doutrinados à cultura norte-americana, com suas guerras de estimação. Durante a infância, o ‘Forte Apache’ ensinou a dizimar um grande número de índios americanos — genocídio na acepção da palavra. O ‘Esquadrão Classe A’ surgiu para ensinar que quem barbarizou Saigon e Hanói poderia ganhar um bom dinheiro usando sua experiência nas ruas de Los Angeles. E isso viraria brincadeira em Guarulhos!
Tentaram emplacar um “remake” do filme. “Fez água”. Por melhor que sejam a tecnologia e os atores, para sugestionar um novo filme, o antigo, por mais tosco que tenha sido, faz parte de uma idade e de uma época impossíveis de reproduzir.