A DOR ALHEIA DÓI EM VOCÊ?

Sexta-feira, 23 de Agosto de 2024.

O exercício modernista não cessa nunca. A cada dia mais aparecem novidades. Umas boas e outras não. A internet talvez seja o veículo mais vibrante para tal tipo de coisa. E é assim que no Youtube e no Facebook, podemos nos deparar todo dia com novidades.

Neste segundo veículo foi criado um tal de "reels". São vídeos curtíssimos, de poucos segundos, mostrando certas ocorrências. E há de todos os tipos delas. Sérias e não.

Num deles, foi postado uma visão em determinado lugar, mostrando uma região quase que totalmente destruída por bombardeios. É de se supor que seja pelas bandas da Faixa de Gaza, porque é lá que está acontecendo desse tipo de evento. Mesmo que se saiba da existência de uma guerra entre Rússia e a Ucrânia.

Interessante é que tais tipos de imagens corre o mundo todo. E é vista por milhões de pessoas. Contudo, parece que isso não impressiona a muitos. Só a uns poucos. Mesmo que tais imagens mostre destruições, com mortes de gente, não chega a tocar o íntimo de todos. O que seria esperado.

É de se supor que a dor alheia não dói em nós. Isso só acontece quando somos diretamente atingidos. Ou alguém/algum dos nossos. Pessoas da nossa relação próxima/íntima. De resto, é apenas um vídeo assistido só por curiosidade.

Nessas circunstâncias, cabe indagações. Por que se agem assim? Por que se mantém indiferença à desgraça alheia? Uma guerra, uma enchente, uma avalanche de terra/neve, uma queda de aeronave com muitas mortes de passageiros? Nada é capaz de mobilizar as pessoas desse mundo para uma ação totalmente objetiva, visando acabar com tais indiferenças?

O exercício da empatia é pouco praticado. Também o da solidariedade. Só funcionam, ou existem, em quantidades ínfimas, insuficientes de terminar com os sofrimentos alheios. Talvez porque todo tipo de tragédias ou desgraças só fiquem registradas enquando as imagens nos estão disponíveis. Isso porque elas são descartadas algum tempo depois, por desinteresse coletivo. Só funcionam como ondas nos oceanos ou praias. Num vai e vem...

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 23/08/2024
Código do texto: T8135157
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.