O BLOCO AMARELO
Numa das noites que Maria Eduarda foi dormir na casa de seus avós, ela foi chegando e pedindo:
-Vovó, você me dá papel, caneta e cola pra eu colá?
-Dou, sim, Duda.
-Ah, vovó! Agora você me dá um bloquinho pra eu escrevê?
-Este bloco está bom?
-Não! Eu quero um bem pequenininho!
-Tem este amarelo, que é do seu avô. Vá pedir a ele.
-Não, Duda, este bloquinho é de fazer o trabalho da igreja. Vou te dar só um pouquinho dele, viu?
-Eu quero o bloquinho todo, vovô Juca!
-Mas eu preciso dele, minha filha.
-Eu também preciso muito!
-Dudiiiiiinha, venha cáááááááá! Vamos assistir desenho animado, aqui no meu quarto, comigo?
-Não, vovó Ana! Eu quero o bloquinho amarelo do vovô!
-Não chore, querida. Amanhã, eu vou comprar um só para você.
-Mas eu quero agora, vovó! Num amo mais o meu avô, sabia? Num vô conversá mais com ele!
-Meu amorzinho, Papai do Céu não gosta de menina de coração ruim.
-E nem de vovô de coração ruim!