Uma tal de gripezinha...
Tomávamos um café gostoso, num local simples mas aconchegante. Ela, um simples expresso, eu uma coisa mais calórica: um Milk-shake.
Falávamos de coisas da vida, até que entramos no assunto da morte prematura do seu irmão. Covid fora a causa.
Lentamente dos olhos verdes iniciaram a verter lágrimas, pequenas gotas de orvalho em contraste com a cor verde dos seus olhos: olhos de verdura de Mata Atlântica.
Ali, naquelas gotas de formato elíptico a deslizar por aquele rosto sereno , havia uma mistura de sentimentos dificeis de serem decifrados: raiva, culpa, arrependimento, impotência? Não sei. O que vi fluir daquela face foi o sentimento de um amor puro. Não um amor de namorado, amante.
Eu não soube o que fazer, que palavras usar. Timidamente peguei na sua mão, enquanto ela , com a outra secava as lagrimas com um lenço de papel.
Foi nessa hora que lembrei do cara na TV a falar, a subestimar uma tal de gripezinha...