ANIMAIS DE RUA
ANIMAIS DE RUA
Nos últimos dias tenho andado de Ônibus, o que me permite tomar contato com pessoas e com fatos cotidianos que acontecem, nas ruas de Capão Novo.
Pois hoje, enquanto esperava o Ônibus, que não vinha, em uma parada da rua Bem te Vi, presenciei um carro bater em uma cachorrinha, de médio porte que, com uma perna levantada, se dirigiu ao local da Parada de ônibus, onde se encontravam muitas pessoas que a socorreram e a acolheram, com grande carinho.
Formou-se uma pequena reunião em que as pessoas se mostravam brabas com o motorista que não parou para socorrer a cachorrinha e, algumas, revoltadas com a prefeitura por não ter uma política de recolhimento, acolhimento e cuidados com animais em estado de abandono.
Chegando em casa me detive em examinar o assunto e verifiquei quem em várias capitais do Brasil e cidades de maior porte, existem Organizações não Governamentais, que recebem verbas públicas e que se dedicam aos cuidados mencionados pelas pessoas que estavam na parada de ônibus.
Constatei que em São Paulo tem hospitais Públicos que fazem atendimento ambulatorial de emergência, internação para tratamento e cirurgias, quando necessárias, em animais -cachorros e gatos- em situação de rua e de abandono.
Foi inevitável não pensar nos milhares de crianças e adultos que, em todo o território nacional, em situações iguais aos cachorros de rua e não recebem, do estado brasileiro, cuidado e atenção semelhantes aos dispensados aos gatos e cachorros abandonados.
Fiquei pensando na falta de políticas públicas efetivas e eficazes destinadas aos brasileiros e brasileiras, adultos e crianças que dormem nas ruas, pedem esmolas nas sinaleiras, para poderem comprar um pão ou um prato de comida, para saciarem a fome e que, quando doentes- o que quase todos são- não encontram atendimento médico ou remédios necessários para curar seus males.
Fiquei pensando quão hipócritas, quão insensíveis, quão mentirosos, quão maldosos são os nossos políticos que têm cuidados especiais com cachorros e gatos e, deixam ao desamparo da sorte, crianças, jovens, adultos e velhos que, por miseráveis, dormem nas ruas, juntam comida no lixo e quando, adoecem morrem em completo abandono e são enterrados em covas rasas sem nome na cruz que identifique quem, um dia foram.
É lamentável, mas é verdade e continuará sendo....
( Recanto da Ana e do Erner – Capão Novo- 12.07.24)