Adelia Prado e o emponderamento feminino
Adélia Prado está na mídia, ganhou o prêmio Camões e o Machado de Assis. E até mesmo o prêmio Nobel ainda não seria o suficiente para laurear a quem escreveu que "a coisa mais fina do mundo é o sentimento", verso este extraído do poema "Ensinamento".
Neste poema, a mulher comovida com a dura lida do marido largou tudo, a panela no fogo, preparou uma comida e levou ao esposo.
E não se falou em amor neste dia, esta "palavra de luxo".
Por que escrevo isto? Inspirado no poema de Adelia e assim por mim interpretado.
Tenho lido muito nos dias de hoje sobre o emponderamento feminino. Sou totalmente favorável a luta de igualdade de gêneros, a importância da mulher ter voz ativa na sociedade.
Desejo que as mulheres continuem no seu avanço e consolidem a cada dia mais as suas durissimas vitórias.
Desejo também que nesta incansável luta nao percam a capacidade de expressar o amor, o mais luxuoso dos sentimentos, através de pequenas atitudes: uma simples comida preparada, aquele sorriso de companheirismo e não de companhia a temperar a salada , o estender do ededron branco na cama para mais tarde, na noite ,expressar debaixo dele toda a sexualidade por anos reprimida.
Confesso também que escrevendo isto me preocupo que este humilde texto, despretensioso, escrito exclusivamente com um unico objetivo de descrever uma tarde gostosa a a qual experimentei, não vá soar para os fundamentalistas como um texto com ar de patriarquismo, pois, afinal, nos dias atuais a radicalizaçao em certos temas é tanto que anda a fazer do homem um ser encabrestado.