Os Outros (2001) é uma aula de humanidade
Faz um bom tempo que eu vi esse filme pela primeira vez. Eu me lembro que senti o que muitos também sentiram quando o viram pela primeira vez: surpresa, medo e deslumbramento. Com certeza, um clássico do cinema. Um dos melhores do seu gênero. E como acontece com os filmes que alcançam um patamar especial, de obra-prima, se tornou atemporal e inesquecível. Para mim, um filme fácil de ver e se emocionar, não importa quantas vezes mais o assista. Um filme que é principalmente sobre nós mesmos. Uma parábola de toda humanidade representada por aquela pequena família entrevada naquela ilha e naquela mansão. Por ela, nos mostra o que somos pelo que mais sentimos. Nossas capacidades de acreditar, de perseverar e de amar, e como que o amor e a esperança também podem nos cegar quanto à verdade que não queremos ver, que não queremos aceitar. Mostra o nosso lado mais profundo e também o mais sombrio. Nossa dificuldade de se comunicar e de se entender. Também mostra que ainda há esperança para nós. Não de continuarmos entrevados em nossas ilhas e mansões de fantasia. Mas de conseguirmos aceitar que já estamos mortos, porque a morte é uma certeza. E, a partir dessa revelação, finalmente acordarmos para o mais importante.