Yes, nós temos caju
Em 1974 eu era um adolescente ainda entusiasmado com o futebol brasileiro (como esquecer a Copa 70?) e acreditava que o sonho não tinha acabado.
Então, uma tarde eu estava na Padaria Brasil Chic – propriedade do meu irmão Nenê Torquato, já falecido, onde além de pães e doces incríveis, ele produzia as famosas (na região) Bolachas Brasil Chic - quando numa dessas entradas em telejornais (o Brasil estava na Alemanha preparando-se para a Copa 74) entrou o Zagallo, com aquela voz rascante, horrível respondendo a uma pergunta do repórter “se eles têm esse holandês aí - ele não conseguia dizer o nome do holandês (Johan Cruijff); vai ver nem conhecia – nós temos o Paulo César (a)Caju”. Bom, esse era o problema!
O Paulo César era um bom jogador de clube – a seleção era formada por excelentes jogadores bons de clubes (Rivelino que seria o diferencial já estava no ocaso da carreira) - e é só o que temos hoje, bons jogadores de clubes!
O holandês (de nome impronunciável para o Zagallo) era bem acima disso, assim como Romário, Rivaldo e os dois Ronaldos. Não se ganha Copa do Mundo sem pelo menos um cara fora da curva, porém, nem sempre esse craque sozinho vai resolver (Neymar, Cristiano Ronaldo e o próprio Cruijff - já falecido - sabem/sabia disso!), então é continuar à espera de um milagre ou pelo menos que os pouquíssimos craques que temos hoje pelo mundo como Messi e Mbappé não joguem a próxima Copa, sei lá.