JOGO DA VIDA
...Persistimos, armamos novas estratégias, novas táticas e dessa vez subimos ao pódio dos vencedores
JOGO DA VIDA
A concepção do que seja a vida, suscita múltiplas conotações: uma dádiva; uma imposição; um processo contínuo de evolução; um carma; um mistério... Seja lá como a concebamos, não podemos negar: é antes de tudo um jogo de regras e regulamentos não tão lógicos ou, no mínimo, incognoscíveis aos limites plausíveis à racionalidade humana.
Estamos sempre no centro de sucessivos desafios ao longo de um espaço de tempo nos concedido. Sempre a mercê do imprevisível, propensos a cada átimo de segundo a pisarmos na bola ou sermos surpreendidos por um xeque-mate que nos coloca em nocaute.
Viver é preciso e o que é o viver, senão um jogo onde estamos sempre com a seleção de nossos sonhos nos campos de competições. Às vezes brigamos com afinco em busca de um ideal, de um sonho. Lutamos, suamos a camisa, mas infelizmente perdemos. Persistimos, armamos novas estratégias, novas táticas e dessa vez subimos ao pódio dos vencedores. Nem percebemos que talvez na súmula do jogo da vida há uma cláusula expressa: às vezes para ganharmos temos que provar o gosto de algumas derrotas. (Ela me disse não umas mil vezes, mas insisti e ganhei a menina linda dos meus sonhos – Autor: Poeta Josafá Lucas).
Noutras vezes corremos tanto... Driblamos percalços, disponibilizamos todos nossos esforços em prol de uma meta. Foi árdua a luta, mas finalmente coroada de êxito. Mas após os deslumbres das tantas comemorações, reservados na concentração de nossos pensamentos, resmungamos baixinho ao descobrirmos que erramos em nossas projeções, nos sonhos que sonhamos, como se tudo tivesse dado em nada. Aquela vitória não correspondeu às nossas expectativas, como se estivéssemos na linha tênue que demarca a sensação de que ganhar às vezes pode significar perder. (Eu devia está contente por ter conseguido tudo o que eu quis, mas confesso abestalhado que eu estou decepcionado – Raul Seixas).
Nesse binômio não tão bem definido entre ganhar e perder, seguimos nesse jogo dramático, sempre na linha de ataque, escalando sonhos, desejos. Sempre temos uma porção de coisas grandes para conquistar. (Raul Seixas).
A vida é um jogo. Há os “atletas” que apesar da garra, da força, da coragem e da persistência, nunca logram êxito, parece até que sempre estão na linha de constantes impedimentos ou sempre assolados por cartões vermelhos, sacados da cartola mórbida de um árbitro sarcástico: o destino. (A vida toda só pisei em espinho, já descobri que o meu destino é sofrer – Paulo Sérgio).
A vida é um jogo. Sem prorrogações, acréscimos, descontos. Para uns, o tempo regulamentar destinado para esse jogo dramático parece uma eternidade; para outros um só tão breve momento; para outros tantos o tempo necessário para tão somente um breve suspiro. (Uma rosa que nasceu, mas logo morreu – Ferton)
Não tão diferente de muitos, também ao longo de tantas empreitadas tive que perder, antes de sentir o gosto do ganhar. Em muitas outras subi ao pódio, vibrei, comemorei, mas em algumas também fiquei abestalhado, decepcionado.
Novamente estou na área, convocando sonhos que desde há muito estavam adormecidos na retaguarda, num banco de reservas. Ergo os braços, ponho meus sonhos no gramado nesse jogo da vida e vou, mesmo sem entender nada.
Eduardo Conde