O COLECIONADOR DE MOMENTOS
Era um homem comum, sem grandes feitos ou ambições extraordinárias. Sua vida transcorria em um ritmo tranquilo, marcada pela rotina e pelos pequenos prazeres do dia a dia. Mas o que o diferenciava da multidão era sua peculiaridade: ele era um colecionador de momentos.
Ao invés de acumular bens materiais ou objetos de valor, ele colecionava as vivências, as risadas, as lágrimas, as conquistas e as frustrações que compunham sua história. Cada instante, por mais simples que fosse, era cuidadosamente guardado em sua memória, como um tesouro precioso.
Ele tinha um método peculiar para organizar sua coleção. Não utilizava álbuns ou catálogos, mas sim um mapa mental desenhado em uma enorme folha de papel. Cada lembrança era representada por um símbolo, uma cor ou uma frase, conectados por linhas e setas que revelavam a complexa teia de relações entre seus momentos.
Havia memórias marcantes, como o dia em que conheceu o amor da sua vida, a sensação de triunfo ao concluir a graduação e a dor da perda de um amigo querido. Mas também havia os momentos singelos, quase imperceptíveis para a maioria das pessoas: o aroma do café da manhã preparado pela avó, a melodia da canção que embala seus sonhos e a beleza do pôr do sol em uma tarde de verão.
Com o passar dos anos, o mapa mental se tornou uma obra de arte abstrata, um reflexo da alma do colecionador. Cada linha, cada curva e cada cor contava uma história, revelando a riqueza e a profundidade de sua existência. Sua coleção era sua fonte de inspiração, força e sabedoria.