LILICO E A NOVIÇA VOADORA

 

     Numa noite beirando os 30 graus, Lilico conseguiu, com suas habilidades de penetra, desfrutar da festa de casamento de um rico industrial da cidade. Lá estava o nosso amigo se dizendo afilhado do ex-presidente José Sarney e anestesiado de tanto entornar whiskies distribuídos nos comes e bebe oferecidos pelos recém-casados aos seletos convidados.

     Lilico era um exímio ciclista quando sóbrio, o que era raríssimo, conduzia a bicicleta com maestria, quando bêbedo, sua Olívia Palito, como ele a chamava, o conduzia milagrosamente, para o lugar por ele determinado. Naquela ocasião, chegando em casa às cinco horas da manhã, com a bicicleta nas costas, todo arrebentado e atordoado, acordou sua paciente e amada mamãe para perguntar se na cidade existiam pinquins voadores. Dona Vera, irritada, retrucou: "Vai dormir, Lilico, essa bebida está trazendo alucinações".

     Três horas depois, a polícia estava procurando o irresponsável ciclista que havia atropelado uma freira, que saiu voando com o impacto da batida, quando atravessava a rua no rumo da igreja. Por sorte divina, a freirinha saiu com leves escoriações e até hoje o fujão do local do acidente não foi encontrando.

 

Autor: Benedito Morais de Carvalho (Benê)