A incerteza do presente
Namorar é bom. Beijar, abraçar, amar. Gostoso mesmo é sentar num banco qualquer, num canto qualquer da casa, na sala ou na calçada e papear com a namorada.
Ficar ali sentados a conversar. O tempo vira um relógio a ser enviado para conserto, mesmo sabendo que o relojoeiro nada fará. Ele sabe que não há conserto para o relogio do amor: ali o tempo para e as horas voam.
Ontem foi muito bom. Falamos do nosso presente, que são sementes para o incerto futuro.
O futuro é sempre incerto. O que não podemos é deixar de imagina-lo que um dia ele pode se tornar coisa presente.
Sem esta imaginação, sem a mínima esperança desta possibilidade é inviável passar horas , labutando , cultivando a terra.
Porém, por mais dura , infértil que seja a terra o agricultor, o verdadeiro homem da terra nunca desiste. Para ele a vida sempre resumirá em semear a possibilidade da árvore que um dia dará abrigo.