Bailarina anônima
Ela voava em seus pés de bailarina não treinados dentro do seu quarto parcialmente iluminado.
Olhava para os vídeos de bailarinas na tela de seu computador e tentava imitar suas coreografias.
Tentava se sustentar em seus pés que nunca sentiram uma sapatilha de bailarina, e girava ao entorno do seu próprio corpo delgado de forma harmoniosa e singela. Dançava como se já tivesse ensaiado em um estúdio profissional, era um daqueles talentos não revelados ao mundo, que brilhava dentro de quatro paredes.
A música que saia da sua caixinha de som era como um vel plumado, que a suspendia nas pontas dos pés... ela era um cisne, uma cinderela secreta, um talento guardado numa caixinha dentro de uma casa em plena selva de pedra.