O DESTINO DO OURO NUM PAÍS EM DESENVOLVIMENTO

Mário Osny Rosa

Ouro, malfadado metal precioso, que duramente é garimpado na profundidade da terra ou em rasos rios lavando seu cascalho para retirar parcas pepitas, desde o descobrimento do Brasil por Portugal que usufruiu o nosso ouro por vários séculos, pois comprando tudo da Inglaterra, pagava com o ouro oriundo do Brasil.

Triste destino do valioso metal.

Nem sei bem ao certo quem fica rico com todo esse trabalho, se o garimpeiro que faz o trabalho mais duro ou o atravessador que compra do garimpeiro para depois vender.

Naquela época, o governo tentava comprar todo o ouro lavrado no país, pois o mesmo seria a garantia da emissão de moeda corrente no país. Nunca o governo conseguia comprar tudo, visto que o contrabando já era comum naquela época.

Como garantia de lastro para a moeda , era uma afronta para um país cuja movimentação econômica era ainda tímida e sem muitos recursos, não fazendo sentido manter nos porões do Banco do Brasil todo esse ouro parado, sem produzir mais riquezas.

Até nossos dias, não se tem certeza do que aconteceu com todo o nosso ouro.

Depois de trinta e cinco anos tento refazer a crônica, ainda com aquele pensamento: com tantas riquezas, porque o Brasil continua pedindo esmola?

E as outras riquezas, como pedras preciosas, diamantes e semipreciosas... Mas, afinal quem se beneficia com todo esse manancial?

Tudo isso é conseqüência da falta de formação do povo brasileiro, já que nossas escolas só pensam em alfabetizar os brasileiros e os cursos superiores, por falta de investimentos, do governo que não priorizam as pesquisas científicas.

E ainda mais difícil é formar um pesquisador, quando o aluno não traz uma formação sólida do ensino básico e do médio. Somos pobres no desenvolvimento de novas tecnologias e mais pobres para obtermos as patentes e os dividendos referentes ao seu uso.

Com todas essas adversidades, nosso povo ainda se mostra capaz desde que lhe sejam dadas oportunidades de uma educação adequada em sua preparação , a fim de acompanhar as exigências, cada vez maiores, do mundo moderno.

São José/SC, 2 de dezembro de 2.005.

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