Veganos não pensam em morte da bezerra

Eles estavam no parque, sentados num banco. Ao redor, várias galinhas d'angola. Ela estava quieta, enquanto as galinhas cantavam eufóricas: tô-fraca! tô-fraca! Ele leu que em alguns locais no Brasil devido a este canto a galinha d'angola é conhecida também como " Tô-fraca".

Ela continuava quieta sem deixar de acariciá-lo. As vezes um leve beijinho na orelha , carinho nos dedos das mãos entrelaçadas.

Súbito apareceu um peru, ele pra quebrar o silêncio fez uma brincadeira com o peru.

" Aproveita bem a tarde amigo que logo o Natal tá aí!"

Ela

"Este tipo de brincadeira não combina perto de uma vegana".

Ele nada falou, ficou sem jeito , apenas pensou:

" Fodeu, ter ficado quieto seria mais negócio"

E assim a tarde corria.

No gramado um casal com o seu filho faziam piquenique. Em outro banco debaixo de uma amoreira um casal de meninas se beijavam, se abraçavam , o amor ali era tão profundo, intenso que dava gosto de ver. Com certeza as línguas se fundiam.

Ela ainda quieta , olhar distante ...e ele pensando como agradá-la. Faz um carinho no seu rosto. Dá- lhe um beijo na testa. E suavemente fala:

" Querida, pensando na morte da bezerra?

Ela levemente alterada com uma voz mais firme:

"Hoje você não dá uma dentro. Insiste em falar de mortes de animais. Estamos já dois meses juntos e você sabe que não gosto deste tipo de brincadeiras com animais!

Ele nada falou. Observou as nuvens pretas a se formarem, um relampago riscou o céu, distante um trovão.

"Querida, melhor irmos. Vai chover."

"É, também acho melhor. Hoje você está muito carnívoro para o meu gosto."

Deram- se as mãos e se foram...

Jorge Sousa
Enviado por Jorge Sousa em 15/02/2024
Reeditado em 15/02/2024
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