Da infância querida
DA INFÂNCIA QUERIDA.
A infância da gente é cena de um filme que nunca acaba.
Do nascer frágil
E os meus amores que ainda chegarão?
Nasci sem querer, sem saber por quê.
No meio de tantas impossibilidades, eu como um microscópico espermatozóide, valente e sonhador, lutei ousadamente para nascer.
Nasci não sei para quê.
Sobrevivi as armadilhas da morte depois do meu nascimento.
Nasci e por vezes consegui brilhar, outras fui apenas escuridão.
Nasci com uma força que eu nunca soube que tive.
Sobrevivi as intensas tempestades com um poder que veio do imponderável.
Nasci no meio de tristezas e abandono, no meio de euforia e uma alegria que por vezes não correspondi.
Nasci achava meus pais para brilhar, o brilho passava por mim como um relâmpago, um trovão desajeitado.
Sobrevivi num caminho tortuoso me desviando dos perigos mais insanos.
Distraído nasci.
Distraído vivi, batendo em portas fechadas que se abriam por breves momentos.
"A coroa dos sábios é a sua riqueza, Mas a tolice dos tolos não passa de tolice."
(Manual da vida)
MEUS LEGADOS.
... Do legado em vida.
... Do dia em que nasci.
"A sabedoria que eles se empenham em adquirir vale como riquezas, que os coroam, ou adornam. Os estúpidos, por sua vez, ganham apenas tolice."
(Obra de Referência)
"Uma pessoa se mede pela sua fome", Lispector.