Pipoca doce com Morangos Silvestres
Em uma tarde meio nublada e meio abafada, depois de uma manhã muito quente de primavera, ao lado do canto dos passarinhos além da janela e do barulho de obras inacabadas, revejo o desfecho de um filme perfeito. Bem guarnecido com a minha pipoca doce e caseira, mais uma vez me deslumbro com os Morangos Silvestres das paisagens suecas do final dos anos 50, de quando os meus pais ainda eram crianças com menos de uma década, e me encanto com o tempo e a vida de Isak Borg, de sua viagem de carro (a última?) até o local onde será homenageado; dos retornos ao seu passado; dos mergulhos em seu subconsciente: medos, frustrações e esperanças...
O único efeito especial é o ser humano e o seu calvário, de ser muito vivo e consciente sobre o próprio fim.
Além da pipoca, um copo com guaraná e três pedras de gelo, que me lembraram o frescor do trio de jovens que acompanharam Isak e Marianne durante o percurso de Estocolmo à Lund.
Novamente, me emocionei com as últimas cenas: a despedida da juventude na calada da noite e o laço de carinho estabelecido entre ele e sua nora.
Foi uma tarde de Morangos Silvestres, que quero sempre mais, não importa se as próximas serão noites ou manhãs. Uma obra sempre inacabada para mim...