SERGIO NÃO FOI PARA O CÉU (7)

Havia um banco à beira do caminho.

Sérgio sentou-se um pouco, depois de uma longa caminhada.

Sem saber para onde ir, Sérgio caminhava por uma trilha nos prados verdes sobre as montanhas.

Parecia verão e as plantas estavam floridas.

As cores eram as mais variadas possíveis, mas as mais visíveis eram vermelho, amarelo, branco e roxo.

Eram muitos tons de vermelho.

O amarelo tinha poucas variações de intensidade.

E o branco era sempre branco.

Todas aquelas flores tinham algo em comum, eram naturais. Elas nasciam, cresciam, desabrochavam e simplesmente ficavam belas.

As flores são sempre belas, mas o nosso gosto as faz umas mais belas do que as outras.

Novamente Sérgio se questionou: - Por que os campos são tão belos? Por que tantas flores?

Será que a explosão das estrelas, a sopa primordial e a simples divisão celular têm gosto artístico?

Ou será que por traz de tudo isso tem um Grande Arquiteto do Universo, capaz de projetar do macro ao micro cosmo a beleza.

O que Sérgio via agora na natureza era a face do Criador.

Clamou por Ismael!

- Ismael, meu amigo, um dia eu posso ver Deus? Onde está Deus?

E Ismael apontou para o peito de Sérgio:

- Ele está dentro de você! Você é a morada de Deus!

Deus é invisível aos olhos, mas está sempre visível em suas criaturas.

Deus poderia ser maior que o universo e caber em uma célula.

O homem precisa desenvolver a Metafísica para chegar mais perto do conhecimento teórico de Deus.

Mas o homem somente precisa viver com SIMPLICIDADE como as flores, para permitir que Deus desabroche nele.

Sérgio ficou extasiado com essas palavras e Ismael o deixou meditando.

Valdecir Bortolossi
Enviado por Valdecir Bortolossi em 18/07/2023
Reeditado em 18/07/2023
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