SERGIO NÃO FOI PARA O CÉU (6)
A palavra VALOR não saía da cabeça de Sérgio.
Ele ficou admirado porque em nenhum momento os valores materiais vieram aos seus pensamentos.
Definitivamente, agora eles não tinham mais nenhuma importância.
A corrida do ouro, a necessidade de acumular tinha acabado.
A sua consciência estava incomodada com aqueles momentos sutis, quase não percebidos, que alguém precisou dele e ele fingiu não ver.
A sua consciência estava ocupada com os bons negócios que ele fez ao se aproveitar da fragilidade ou da fraqueza momentânea da outra parte.
Sua consciência estava preocupada com a sua atitude quando ele se deixou andar com o rebanho por puro egoísmo.
Sua consciência estava pesada com suas atitudes na escola. Naquela época parecia divertido fazer bullying com as crianças tristes. “Quanto mais elas choravam, mais a gente ria”.
Valores como EMPATIA, SOLIDARIEDADE, AMIZADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE, JUSTIÇA… agora parecem mais caros.
Ele lembrou-se de Ismael. Ele lembrou-se do sorriso de Ismael.