O Lula é macho.
Que o Lula é macho, é, não tenho dúvidas.
Dia destes, contou-me um passarinho, o presidente brasileiro encarou o Xi Jinping, parente distante, muito distante, do mestre Yoda, e o Joe Biden, primo-irmão do Lloyd Christmas, e chamou-os para a briga:
- Que é, mermão?! - disparou na cara do Joe Biden. - Qual é o pobrema?! Vai encará, bróder?! Cai pra dentro, rapa!
- O baguio é lôco, pastel-de-flango! - cuspiu na cara do Xi Jinping. - Qual é a tua, mané?! Vai dá pa trás?!
Foram essas as palavras que ele usou ao encarar os dois chefes-de-estado, o primeiro, dos Estados Unidos, o segundo, da China, e logo após mandar-lhes nas fuças uma verdade verdadeira:
- Vocês dois são safados. Os dois. Você, gringo dos diabos, usa mão-de-obra escrava da China. E você, xingling dos infernos, deixa os gringos usarem de escravo a mão-de-obra chinesa.
Saliente-se um ponto, antes de prosseguir com esta crônica, escrita à mão, pois com o pé não sei escrever, e que o leitor não entenda o que leu ao pé da letra, pois escrevi com a mão: a história acima narrada foi, da boca, melhor, do bico, de um passarinho que não sabe deixar a boca, melhor, o bico, fechado, e tampouco a língua dentro da boca, mesmo que não tenha língua, aos meus ouvidos - e o passarinho rachava o bico enquanto me contava tal história, e tão animado, que, penso, ele pôs na boca do Lula palavras que ele não pronunciara. O passarinho usou de liberdade literária para me contar a história, que ele testemunhara, e por uma razão que ignoro - uma conjectura: ele acreditara que era ela do meu interesse.
Respeitemos o passarinho. Ora, quem nunca, ao contar um conto, aumentou um ponto?!
Depois, ouvi, de outras pessoas, melhor, de pessoas, e não de um passarinho, a mesmíssima história, cada pessoa que ma contou contou-ma cada uma delas com as suas palavras e a usar de sua liberdade literária.
Informei-me do caso, para dele inteirar-me, até, sabendo do que trata, poder eliminar as licenças poéticas que quem dele me falara as usara como bem quis, e vim a saber o seguinte: o Lula afirmou que os Estados Unidos usam mão-de-obra escrava chinesa. Cá entre nós, o ómi é macho. Deu um soco no estômago do Xi e um no do Joe, e bem dados ambos os dois socos: encaixou-lhos bem encaixados na boca do estômago, roubando-lhes o ar dos pulmões. Que macheza!
Sigamos: Lula disse o que disse, bateu no Jinping e no Biden, e... e... e concordou com o Donald Trump, que dizia a mesmíssima coisa e porque a dizia desciam-lhe o sarrafo no lombo.
Como é que fica, agora, o imbróglio?! Os que surravam o Trâmp sempre que ele dizia o que o Lula agora diz têm a dizer o quê?! Concordar com o Lula, ou dele discordar?! Que dilema!
E não encerro por aqui esta crônica. Tenho a dizer mais algumas palavrinhas, poucas, para fortalecer a consciência moral do meu leitor.
Há poucos dias, Lula disse uma verdade, uma verdade verdadeira, que os seus seguidores não gostaram de ouvir, no tocante à Venezuela, em outras palavras, as dele, e não as minhas: os inimigos de Chavez e Maduro contam, da política deles, uma versão que lhes é desfavorável, então cabe aos amigos de Hugo e Nicolás dela contar outra versão, que lhe seja favorável. E atenção para um detalhe: Lula não disse que da política de Hugo Chavez e Nicolás Maduro conta-se mentiras e que dela deve-se contar verdades. Sutileza em boa dose. E inexplicavelmente criticaram o líder brasileiro.
E não podemos esquecer que o mesmo Lula afirmou, com outras palavras, que não as minhas, que é a miscigenação da escravidão um epifenômeno benéfico à sociedade brasileira, no que desagradou gregos e troianos, e pôs numa situação constrangedoramente incômoda intelectuais que subscrevem a tese que ensina que é a miscigenação consequência exclusiva de estupros. E foi também o Lula que afirmou que é a Ucrânia bonequinha dos Estados Unidos - mas não com estas palavras -, assim indo de encontro àqueles seus apoiadores que até então afirmavam que era o Vladimir Putin um homem crudelíssimo que almejava reconstruir a União Soviética - e porque, se se genuflexionam diante da foice e do martelo, anatematizavam o tzar russo, não sei, e não quero saber, e tenho raiva de quem sabe.
Parece-me que o Lula...
Ah! Esquecia-me: o Lula disse que não sei quem tem problema, melhor, em vernáculo castiço luliano, pobrema de parafuso. É tal expressão politicamente incorreta, não é, não?!
Agora, sim: Parece-me que o Lula veio para avariar a cabeça de todo bípede implume. Macho o ómi já provou que é. Bater de frente com o Xi e o Biden não é para qualquer um.