SÉRGIO NÃO FOI PARA O CÉU (2)
Uma enorme sensação de desconforto tomou conta da alma de Sérgio.
Ele não estava vivendo fisicamente naquele lugar assustador. Ele não conseguia se ver. Ele parecia invisível.
Mas ele via muita gente e todos estavam sofrendo.
Suas dores não eram físicas, suas dores eram psicológicas.
Sérgio começou a pensar que estava no inferno.
Ali não existia dia e noite, não existia tempo.
Sua existência era como um pesadelo. Pensamentos vagos e repetitivos, agravando a sua angústia e sofrimento.
Tudo parecia sem sentido.
Em um momento de pouca lucidez, Sérgio se perguntou: Por que eu não estou no céu?
E foi exatamente nesse momento que a névoa ficou menos densa. Agora ele já podia ver um pouco mais.
Um fio de esperança nasceu na alma de Sérgio.
Com um pouco mais de clareza em seus pensamentos, ele percebeu que precisava fazer uma avaliação de sua vida anterior.
A simples indagação do porquê não estar no céu abriu um caminho de luz.
É assim Sérgio, como uma mariposa, passou a perseguir a luz.
Ao avistar um ser de luz, se aproximou e perguntou:
Onde eu estou?
Ismael respondeu que aquele era um lugar de purificação, de exame de consciência e de encontro consigo mesmo.