A corrida de Paranapiacaba
A previsão, baseado no brilho da estrela solitária foi assertiva. O dia amanheceu ensolarado de céu azul.
Livre da neblina pude agora contemplar melhor esta vila situada no alto da serra do mar, rodeado por Mata Atlântica. A parte baixa reproduz uma tipica vila inglesa do século 19, inclusive há uma réplica do Big-Ben de Londres.
Regressemos à corrida.
Na largada aglomerado de atletas que aos poucos vão se distanciando um do outro.Em algum momento , já passado da metade do percurso eu estava só. Olhei para a frente , ninguém, para traz uma gorota dobrando a curva distante de mim uns 200 metros.
Na trilha íngrime pedras escorregadias, nas laterais o verdejante das matas, o cheiro gostoso das flores de jasmins a penderem na estrada. Neste trecho há muita sombra e umidade, muita lama e poças d'água. A pantorrilha dói, as pernas pesam , a lombar sente.
Continuo a subir, reduzindo a passada.
Agora chego ao cume da montanha e começo a descer. Olho e vejo a minha frente um vale e nas montanhas os pés de manacás floridos: flores brancas, lilás-claro, lilás-escuro, e dependendo da incidência da luz flores rosas.
Estou chegando na reta final. As dores? Desapareceram: santo remédio estes manacás. Eles nao curam somente a dor, eles curam a alma.