Cronista de internet
Não cheguei a perguntar ao professor bolivariano aqui do bairro se ele me tachara ou taxara de cronista de internet. No íntimo, torcia pela segunda opção, pois taxar implica atribuir boas ou más qualidades a alguém, dependendo apenas do intuito do falante, ao passo que o parônimo tachar aplica-se, ou devia aplicar-se, exclusivamente às más qualidades. No plano meramente ideológico — já que se trata de fenômeno passível de observação apenas na linguagem escrita —, isso só acontece se o predicativo já não contiver a intenção de ofensa. Tachar ou taxar alguém de imbecil dá no mesmo, é ponto pacífico. Ou seja, quase pacífico: se o sujeito não estiver oculto pode ocasionar uma tremenda confusão. Mas também não sei mais por que torci pela segunda opção, a cara desse professor de história devoto de Hugo Chávez era a de quem estava tachando, e tachando com vontade. Não é nenhum segredo entre nós que para ele quem escreve só na grande rede (com isso o coitado quer dizer exatamente em páginas pessoais) não está com nada. Bem, não é o fim do mundo. Pelo menos o velho Cardoso não me tachou de cronista de mierda.
[10.12.2007]