Terapia de Véio
PENSO que todos aqueles que com sua generosidade leem os meus acanhados e confusos textos já notaram que cometi muitos erros gramaticais. Isso acontece porque sou mesmo descuidado e carente de cultura. Detalhe: não digito computador e nem maquininha, delego isso a um neto meio vexado e gozador. Dito o texto para ele. Escrevo à mão ou à maquina com dois dedos (a velha Olivetti não tem mais nem os acentos). Escrevo, confesso, porque escrever é para mim um ato de amor. Lembro Antônio Maria; “O homem só tem duas missões importantes na vida: amar e escrever à maquina. Escrever com dois dedos é amar com a vida inteira”, Quanto aos erros do meu português ruim, me consolo com o que disse Jorge Amado;”Eu não sei português e não consigo aprender, nunca fui bom aluno de gramática e nunca me preocupei com isso”. É um consolo para meus sonões gramaticais.
Estou tocando neste assunto porque recebi um telefonema me sugerindo escrever menos e cuidar mais dos textos, melhorar a ortografia, depurar, enfim, perder meu estilo é prazer. Respondi que era impossível porque só sabia escrever do meu jeito. E priu.
No mais, lembro o que afirmou Eduardo Galeano;
“Escrever é a única coisa que consigo mais ou menos. Então não posso viver sem escrever. Porque além do mais eu gosto. Para mim não é um suplício escrever. Escrever é uma festa”.
É a terapia deste véio. William Porto. Inté.