PERMITA-SE ENVELHECER
Talvez de fato a maturidade da vida chega quando o som auto já incomoda, a paciência tem vida curta e as memórias vem bater à porta.
Em uma sociedade moderna onde envelhecer é sinal de escassez da beleza física e de fracasso, tendo este comparativo reforçado pelas mídias e sua indignação mostrando o antes e depois dos famosos ao envelhecer, envelhecemos assinando uma sentença de morte social, existencial.
Talvez maturidade seja esta vontade de ser grossa e não perder tempo com físicos de comadres na beira do portão .
Talvez seja esta vontade revoluncionária de jogar tudo para o alto e buscar o novo, o diferente, explorar sensações, buscar novos horizontes desbravando um eu escondido da dureza da rotina à qual nos submetemos ao decorrer dos anos cuidando de tudo e de todos menos de nós mesmos.
Talvez a maturidade seja este romper de laços com pessoas e relacionamentos que te sugam energia e vida, a mesma vida que se torna curta e pequena ao avançar dos dias.
Talvez maturidade seja esta vontade de sentar num canto quieta e sentir a brisa da tarde depois da chuva, respirando aromas nunca antes percebidos no jardim de casa.
Talvez maturidade seja este resgate em vida da tua própria personalidade, do teu eu infantil na busca diária de sentir-se vivo, de sentir-se pleno, de sentir-se feliz.