Psicologia infantil
Está rodando há algum tempo na internet, youtube pra ser mais preciso, uns vídeos de um programa chamado Clube da Criança, no qual a Xuxa apresentava na época da Rede Manchete. Nesses vídeos, a rainha dos baixinhos aparece totalmente impaciente com as crianças. Uma delas lhe falou: “Xuxa, quero ir pra Disney”, ela respondeu no ato: “e quem não quer?”.
Acontece é que não vi nada demais nisso. Nós seres humanos nos cansamos de provar nós mesmo e pra quem quiser ouvir que todos nós crescemos só nas pernas. Qualquer criança consegue ser mais madura que qualquer marmanjo. Temos que parar com essa mania cretina de que quando encontramos um bebê, apertarmos a bochecha e fazemos uma careta horrível gesticulando um “bilu-bilu”.
Trate as crianças como crianças e não retardados. Não faz muito tempo, fui a um clube e lá tem um parquinho, que estava vazio. Havia um suporte com três balanças, eu sentei na do meio. Dali um pouco uma menina apareceu e parou em frente uma placa onde estava escrito: “até Dez”. Ela olhou a placa muitas vezes e virava e mexia, fazia que nem scanner, me olhava dos pés a cabeça. Até que ela resolveu se balançar ao meu lado. Ela balançava olhando pra mim sem entender que raios eu fazia ali, já que eu não tinha dez anos.
Ela olhou diretamente pra mim, e eu na minha, e disse: “oi, meu nome é Larissa, qual seu nome?
“O meu nome é Gustavo”, eu respondi. “hum, eu tenho 7 anos, quantos anos você tem?” ela me perguntou e eu respondi em tom normal e tranqüilo “eu tenho 18 anos”.
A menina continuou balançando de cabeça baixa inconformada.
“Mas, é até Dez anos!” ela me perguntou ainda pensativa, eu respondi “eu sei”. Na hora ela arregalou os olhos e disse “você não tem medo de ser preso?”, eu sei risada e disse “eu não vou ser preso”, aí ela disse “a minha mãe disse que vai sim”, então eu respondi (me arrependo até hoje) “sua mãe mentiu!”, Meu Deus, a menina parou de balançar e o seu queixo caiu de uma forma que achei que ia deslocar.
“A minha mãe não mente!”, foi a resposta dela. Depois disso, brincamos de quem balançava mais alto, deixei ela ganhar e me despedi, só que ela estava realmente balançando alto e não conseguia mais parar, fora que sei sapato voou longe. “Ai socorro, meu papatinho caiu!”, na hora eu peguei o sapato dela e parei a balança. “calma não precisa fazer escândalo!” eu disse e ela parou. Agradeceu a ajuda e foi embora. Olha, depois disso aprendi que só não é criança quem não quer. Eu sempre vou ser criança independente da minha idade.