Coisas complexas
Ela chegou a casa às 8 horas pra fazer a fachina. Venho de bicicleta, economizando assim o dinheiro da passagem.
A convido pra tomar café comigo. Senta à mesa e se serve. Gostoso conversar com ela, é baiana da capital, Salvador. Caiu no mundo a partir dos doze anos: doze irmãos, pai vivia de bicos, a mãe doméstica.
A vida é boa, sempre diz. O sorriso natural brilha no rosto. A vontade de lutar, transpira.
Agradece o café: "já tá bom pra casar de novo Jorge. Tá muito bom o seu café" - brinca.
"Pode deixar que tiro a mesa". Digo-lhe.
"Quanto ao casar de novo, prefiro continuar só no café. Não estou preparado para coisas complexas."