O Sol

O sol brilha lá fora. A janela da sacada está aberta deixando ver as árvores no fundo do quintal. Por entre os galhos é possível ver pedaços do céu azul.

O filho está enrolado na coberta, sonolento pelo ansiolitico que lhe foi medicado.

O pai deitado na cama de casal o abraço e ele, em movimento lento apoia a cabeça no ombro do pai que para melhor se acomodar da uma ajustada no travesseiro.

O filho , agora uma criança ali deitado, está carente, a mercê da vida, a mercê do existir.

Por baixo da coberta, segura uma das mãos do pai e balbucia em tom de súplica;

" Pai, você não vai me abandonar, né?"

Um nó sobe pela garganta do pai, não consegui nada dizer de imediato.

Passando alguns segundos diz com lágrimas nos olhos:

" Claro que não, meu filho!" Queria dizer mais coisas, palavras de apoio, de esperança. O nó lhe trava a garganta.