Polêmica bíblica
Sem ser um teólogo, ou coisa semelhante, quero abordar aqui um assunto controverso que, volta e meia, é tema de discussão por alguns seguimentos religiosos, inclusive por algumas correntes esotéricas em que todos querem ter razão. Trata-se da proibição bíblica de se comer carne de porco. Por desiderato próprio e sem constrangimento algum, afirmo que, apesar de saber que no Antigo Testamento existe realmente essa proibição, não dispenso um bom lombo de porco assado, recheado com bacon e acompanhado por uma mandioquinha, daquelas quase desmanchando.
Como afirmara anteriormente, alguns desses seguimentos religiosos afirmam que a Bíblia Sagrada proíbe terminantemente que os fiéis façam uso da carne suína como alimento, alegando, até com certa razão, que o livro Levítico do Velho Testamento é claro no Cap. 20 Versículo 25, que diz: “Fareis, pois, diferença entre os animais limpos e os imundos, e entre as aves imundas e as limpas; e não fareis abomináveis as vossas almas por causa de animais, ou de aves, ou de qualquer coisa de tudo de que está cheia a terra, as quais coisas apartei de vós como imundas.” Alguns desses fiéis mais informados, que sabem até de cor os capítulos e versículos costumam também citar o profeta Isaias, Cap. 66, Versículo 17, que diz: “Os que se santificam, e se purificam para entrar nos jardins após uma deusa que está no meio, os que comem da carne de porco, e da abominação, e do rato, esses todos serão consumidos, diz o Senhor.”
Sem entrar no mérito da questão, relembra-se que na China, na década de 60, morreram aproximadamente trinta milhões de pessoas causadas pela falta de alimento, o que fez com que os chineses se especializassem em utilizar cardápios exóticos e passassem a comer nos dias atuais tudo que voa, rasteja e anda. Comem de tudo. Por exemplo: Gafanhotos, escorpiões, testículos de porco, lacraias e etc. Não me consta que por isto apresentaram quaisquer tipos de moléstias provenientes dessa comilança. À exemplo da China, alguns países asiáticos também se alimentam até de cachorros.
Sinceramente, não consigo vislumbrar qualquer tipo de pecado ao se comer alimentos não convencionais. E com relação à proibição de se comer animais impuros citados no Velho Testamento, creio que isto já caiu por terra com o advento do revolucionário Jesus Cristo, que veio ao mundo com propostas concretas para salvar a humanidade. Com isso, quero acrescentar que foi o próprio Mestre Jesus quem nos libertou de práticas antigas não condizentes com o mundo atual, quando, segundo Marcos, Cap. 7, Versículos 14-23, diz: “E chamando a si outra vez a multidão, disse-lhes: Ouvi-me vós todos, e entendei. Nada há fora do homem que, entrando nele, possa contaminá-lo; mas o que sai do homem, isso é que o contamina. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça. Depois, quando deixou a multidão e entrou em casa, os seus discípulos o interrogaram acerca da parábola. Respondeu-lhes ele: Assim também vós estais sem entender? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar, porque não lhe entra no coração, mas no ventre, e é lançado fora? Assim declarou puros todos os alimentos. E prosseguiu: O que sai do homem, isso é que o contamina. Pois é do interior, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios, a cobiça, as maldades, o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez; todas essas más coisas procedem de dentro e contaminam o homem.” Dentro desse contexto, pergunta-se, quem e com que autoridade pode contestar essas afirmações do Mestre e Glorioso Jesus Cristo?