Serenidade...
Serenidade...
Existem fases da vida, em que precisamos simplesmente sair, sair, pensar. Parar, as vezes é necessário. Falo de mim agora, e o momento veio a calhar. Antes que transformemos os jardins dos outros em matagais de ervas daninhas, melhor sair, se aquietar, escutar a própria voz da razão, e ela vem do coração mas precisa da cabeça centrada. Até o momento sublime de voltar e plantar no próprio jardim ,daí distribuir carinhos afetos verdadeiros, amizades simples, boa conversa, boas palavras e ouvido pleno para ouvir e mãos para estender, e um abraço forte, amigo, generoso mesmo deixar. Eis o que estou fazendo, plantei minha florzinha pequenina e tão bonita, agora sim estou aqui no meu jardim. Deixo meu abraço e a amizade, todo o meu bom, aqui está. Simples é a vida. Vale, tudo vale. Mais vale a serenidade, a maturidade que me trouxe as rugas ao sorrir, e se meu sorriso é manso e se não mais ele se escancara, também meu chorar está mais doce. E esta que sou, muito me é agradável. Meu abraço é inteiro e meu olhar verdadeiro. Já não mais me encanto tanto, e um pequenino tanto é meu desencanto. Já me sei, e isto é o bastante..sigo adiante e se olho para trás vejo sorrisos bonitos, vejo conflitos tolos e descabidos, vejo o ontem me dizendo vá, e eu mergulho não ainda no mar, mas nas águas cristalinas do meu Araguaia, o Mar vai me esperar..eu sei..o Mar..vai sim me esperar.
Dorothy Carvalho