A MORTE E UM NEGACIONISTA
Eu lembro-me que eu não conseguia respirar e ouvia médicos e enfermeiros falando que não havia o que fazer. Fiquei com vontade de gritar, correr, pular daquela maca.
Eu estava imóvel e sem reação.
De repente aconteceu algo estranho que me assustou. Minha mãe apareceu na minha frente.
Eu estava de pé e respirando perfeitamente.
Tentei falar com ela, minha voz não saía.
Penei que eu devia ter morrido.
Eu estava me sentindo muito bem.
E comecei a entender muitas coisas. Era como se meus olhos se abrissem.
Meu Deus! Perdão Meu Deus!
Eu morri porque não me cuidei. Morri porque não valorizei a minha vida.
Meu Deus! entendi! entendi!
Não existe o eu aqui. Nem mesmo na terra existia o eu. Sempre fomos uma comunidade.
Nossa! Eu não tinha visto assim. Não tinha entendido isso.
Caramba! Precisei morrer para ver isso.
Eu sou culpado! Perdão Meu Deus!
Eu sou cúmplice do genocídio. Eu sou culpado por tantas mortes.
Agora vejo tudo claramente.
Minha mente chamou
- Mamãe!
Ouvi dentro de mim a sua resposta.
- Não sou a sua mãe. Sou a imagem mais próximo do divino que a sua mente projetou. Sou o seu anjo da guarda.
- Você não acha que chegou tarde?
- O tempo aqui é diferente. Estamos na eternidade. O tempo não passa.
- Então eu estou morto?
- Depende de você.
- como assim?
- Eu posso te ajudar.
- Mas agora eu já estou morto!
- Uhum .... Esqueça!