Então é Natal

Fim do ano.

Mesmo você tendo certeza que a tarefa não foi terminada, você para.

Aí você se dá conta que tudo que tem para se alegrar é ínfimo diante da tristeza que muitos ainda vão chorar.

Você pergunta: Não tenho graças a dar?

- Eu sim. Muitas!

Porém não é por que tenho pouco mas o suficiente, que fecho os olhos para a imagem que escancara diante dos olhos!

Não tem mesa farta.

Não tem alegria.

Não tem dignidade.

Ingratidão da minha parte?

Talvez!

Enquanto a minha realidade não for realidade, todas as canções e sorrisos serão mero teatro. Para uma plateia querendo ser enganada!

Vai noite, segue o dia, passa ano, corre década, vai a vida...

Tudo no mesmo lugar. Seguindo a receita dada. Para que alguns tenham a mesa farta e ao fundo cânticos que falem de utopia, guerras são declaradas, a fome campeia e a lágrima rola!

Quando a receita se espalhou - falavam de Alguém que viveu nesse mundo de injustiças e te convenceram que havia um Plano Maior!

Qual nada! Você nasce e descobre que nem todos nascem igual. Nem todos vivem. Nem todos moram. Nem todos comem.

Qual a lógica perversa da receita? - Continuar como está!

Para que pragas suguem a seiva, abarrotem seu cofre. Se alimentem da vida que ceifam - para eles Todo dia é Natal!