Entre quatro paredes
Quem vive na cidade grande normalmente tem uma vida corrida entre quatro paredes. Paredes da casa, do trabalho e da escola/universidade. Mesmo morando em casas, na maioria das vezes, vive-se entre o concreto e os papéis. A diversão acaba sendo também entre paredes, seja da TV, do celular ou do Shopping. As quatro paredes também são os limites mesmo pra quem se exercita, já que isso ocorre nas academias.
Em meio a isso tudo, nossa vida torna-se muito cinzenta. A natureza acaba sendo um refúgio em períodos agendados, seja nos feriados ou nas férias. E essa realidade também acontece fora das capitais em cidades menores, mas bem movimentadas. Onde chegam as antenas digitais mais vive-se entre quatro paredes (considerando também como paredes os limites físicos do celular). Se hoje “viajamos” na imaginação e na internet conhecendo mil realidades, nosso corpo, ao contrário, anda cada vez mais restrito a limites bem delineados.
A vida, que pode ser tão ampla, tem se tornado limitada fisicamente e com isso vivemos cada vez menos. Precisamos entender que viver não é só colecionar “anos” e sim “memórias”. E que memórias estamos guardando se ficamos tão parados? Claro que a pandemia limitou nossas idas e vindas, mas mesmo antes dela já estávamos preferindo ficar em casa pra ver um filme escolhido entre centenas dos canais disponíveis a sair pra encontrar amigos ou mesmo ir ao cinema.
E as aventuras? Temos vivido aventuras? Temos nos arriscado em algo? Temos feito coisas diferentes, surpreendentes? O ser humano precisa movimentar seu corpo, sentir e viver mais. Não é possível esse “mais” apenas entre quatro paredes. E o nosso contato com a natureza? Está sendo restrito a ter algumas suculentas enfeitando a sala? Não será pouco? Perguntas para gerar uma reflexão e ação! É fundamental sair dos limites dos tijolos que demarcam nossa vida: viajar, sair, passear, transitar. Vamos tentar?