Só Um Mês!
Adolescente, cheio de disposição, não fugia das batalhas que a vida impunha, foram muitas, e no meio daquele quase furacão, fiquei muito apaixonado por uma menina. Morávamos na mesma rua, ela correspondia ao meu interesse e quando venci a timidez e fui falar com ela, ela me disse não. A desculpa que ela me deu e eu não esqueci, foi a de que como iria justificar para o pai dela, ela estar namorando um rapaz um mês mais novo que ela. Um mês e dez dias. Ela era ou é, não sei se ainda vive, do dia primeiro de dezembro e eu de dez de janeiro. Ela era muito linda e eu sofri para esquecer. O pai dela era muito rigoroso ela disse. Passados uns dois anos mais ou menos eu a encontrei em uma feira livre, estava com um bebê, era mãe solteira. Nunca mais a vi mas me contaram que por mais de uma vez ela perguntou por mim. Depois de passada aquela minha paixão, o que restou foi só a lembrança limpa, isenta de qualquer sentimento. A ironia que cabe, é apenas sobre o argumento da recusa, um mês mais novo que ela.