"Quando só resta a saudade"
Aquela minha amada sedutora que em outrora alargava o meu sorriso, só existe em minha lembrança.
O tempo veio e ensinou-me descolorir o brilho do fascínio que dos meus olhos faiscavam dividindo e multiplicando os sonhos juvenis que jamais retornarão.
Não, a proporção diminuiu face a robustez do impacto sentido, que nos afastou feito os lados opostos do imã.
São notórios os dissabores cumplicidados entre nós, num explicito estranhar comportamental, afastando de nossos sentimentos toda beleza que víamos verdadeiramente existir, mas que hoje turvam nosso olhar.
Nossos sonhos separaram-se entre as curvas e as retas do nosso prosseguir e nos fez ver que: Entre o tu e o eu, já não somos nós, pois, tornamo-nos apenas, você e eu numa singularidade solitária.
O que existe hoje, são as doces lembranças, emorredouras saudades e prazer do recordar mas sem o compromisso do retorno para te abraçar como antes (apaixonadamente) o fiz com compromisso de lealdade num passado não tão distante.
Distanciamo-nos, mas esporádicamente ainda nos vemos talvez movidos por um simples flerte e por vezes timidamente ensaiamos um abraço sem que sintamos o mesmo calor de outrora.
Quem foi o culpado de chegarmos a esse ponto? Fomos nós mesmos, que não soubemos medir toda extensão do amor que em nós cabia.
Daqui de longe (mas não tão distante) eu ainda te vejo sentindo que o que mais me aproxima de ti, é a saudade que insiste e não deixa-me te esquecer, pois ate o teu cheiro, ainda dorme comigo envolto em lençóis de sonhos, vontades, desejos e prazeres, que o tempo afastou de nós, sem permitir que revivamos tudo aquilo que um dia fez parte da nossa história.
Creia, nunca deixei de te amar, e sei que você jamais irá esquecer de mim, pois mesmo separados fomos feito para (nem que seja em pensamentos) estarmos para sempre juntos até o final do nosso existir.
Carlos Silva