Deixa-me tirar o argueiro do teu olho uai

Deixa-me tirar o argueiro do teu olho uai

Você não me conhece, eu não conheço você. Por mais que possa ser uma pessoa próxima, definitivamente não faço ideia do que existe aí por dentro. Só sei aquilo que me mostra, e certamente é muito pouco. Infelizmente, cada um de nós é apenas um. Eu sou apenas eu, ele é só ele e ela é só ela, você não passa de você. Por isso, só enxergo o mundo com os meus olhos, da única forma que sei. Carrego minhas dores, mas desconheço as suas. Muitas vezes até as ignoro. E você muitas vezes ignora o que eu sinto, não entende o que eu digo, não enxerga o que lhe mostro. Cada um tem sua bagagem, seus medos, suas cicatrizes, seu motivo para ser exatamente o que é. Muito cuidado ao apontar o dedo. Eu não sei o que é ser você, não sei nem se conseguiria. Por isso te respeito e exijo que faça o mesmo. É fácil rir do meu andar cambaleante, difícil é carregar nos ombros o peso que carrego.

Não julgueis, para que não sejais julgados.

Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.

E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?

Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?

Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.

guaxupé, 16/09/21.

1000ton

Milton Furquim
Enviado por Milton Furquim em 18/09/2021
Código do texto: T7344855
Classificação de conteúdo: seguro