MEU(s) NOME(s) (03.09.2021)
É estranho estranhar ser chamada pelo próprio nome? Um nome que carrego há 22 anos...
Nomes carregam identidades.
Quem muda de nome por não se sentir representado por aquele que recebeu desde antes do nascimento nada mais quer do que assumir sua identidade verdadeira. E eu entendo! Mais do que tudo, entendo o que isso quer dizer!
Pouco tempo atrás, coisa de uns três anos?, aconteceu de eu ganhar um novo nome. Um nome com o qual eu mesma me batizei, mas que já era meu bem antes do acontecimento que o trouxe à tona. Se em inglês respondemos que “Eu sou meu nome”, este nome que ganhei já depois de velha não poderia estar mais certo!
Bailarina é meu nome em um dos trabalhos em que atuo. Aquela mesma profissão de recreadora da qual ninguém mais aguenta me ouvir falar, quem dirá me ler escrever, mas que eu não aguento ter que esperar para exercer. E... Na verdade, de uns tempos pra cá, não tenho ouvido muita gente me chamar pelo meu nome de batismo. É mais chamar de “amor” ou de “Baila” ou “tia”... Mas não pensem que troquei de nome, apenas tenho dois (simples assim). E no último mês de julho foi que realmente “““esqueci””” que meu nome é Paulia rsrs.
Mas desde o dia 23 de agosto, tenho ouvido meu nome de batismo com mais frequência, sem deixar de ouvir também o “amor” e o “Baila” e o “tia”. Ou seja, se no trabalho, que é um lugar sério, te chamam por um nome, é porque algo tem que ser creditado a ele. Por essa lógica é que assumo que tenho dois nomes e eles sempre se encontram na personalidade que é minha e também na identidade que carrego (tanto no sentido mais poesivo da coisa quanto no sentido real, pois tenho, sim!, duas identidades: uma para cada nome que tenho!).
Fiz questão de fazer minha “identidade de tia”, e talvez o motivo pra isso seja que essa coisa toda com nome já estava acalentada aqui comigo e só agora, ainda mas com este texto, está vindo à tona. Até porque essas coisas que nino comigo sempre chegam em um texto novo, já que escrever sempre me ajudou a pensar melhor sobre este ou aquele assunto. Sempre fui romântica e descobri, mesmo ainda muito nova, que também era escritora, então...
Paulia B. Sousa