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ESCAFANDRISTA
Numa dessas circunstâncias da vida topei com um antigo amigo, cujo nome nem sei dizer. Não, dessa vez não é falha da minha memória, nunca soube mesmo o nome dele, mas era um amigo de muita estima, pois nesse nosso encontro falamos até de família.
Nessa troca de conversa com um velho conhecido, surgiram alguns lamentos da parte dele. Disse-me que estava desempregado e passando por dificuldades, o que me fez a curiosidade saltar e perguntar: mas o que houve com você? Um ótimo carpinteiro não fica sem trabalho, costumam é sobrar oportunidades!
Esses preconceitos que a gente carrega mesmo sem querer, logo me levou a pensar se aquele costume não teria virado vício e daí as consequências do alcoolismo.
Você já tentou se empregar na prefeitura, perguntei e ele me deu uma resposta surpreendente: - sim, mas não estão contratando ninguém e faz tempo, lá só tem uma vaga para escafandrista. Falei para mim mesmo em silêncio a surrada frase usada pelos beatos de plantão: “só Jesus na causa” e me perguntei também em silêncio: por que uma prefeitura de um minúsculo município do interior de Minas Gerais, precisava contratar um escafandrista? Naquele município, eu conheço até bem, não tem nenhum grande lago, por que precisariam de um mergulhador de profundidades oceânicas?
O meu amigo de nome desconhecido desapareceu e as perguntas que me fiz não encontrei lógica para justifica-las.
No final das contas, para fazer um sujeito que vejo na rua de vez em quando, que nem o nome sei, com quem não me lembro de ter trocado nada mais que algum bom dia ou boa tarde, virar um amigo de confidências; fazer uma prefeitura pequena do interior de Minas, abrir uma vaga para escafandrista (em política tudo é possível) só pode acontecer nesses sonhos estranhos e não menos interessantes que costumamos ter.
ESCAFANDRISTA
Numa dessas circunstâncias da vida topei com um antigo amigo, cujo nome nem sei dizer. Não, dessa vez não é falha da minha memória, nunca soube mesmo o nome dele, mas era um amigo de muita estima, pois nesse nosso encontro falamos até de família.
Nessa troca de conversa com um velho conhecido, surgiram alguns lamentos da parte dele. Disse-me que estava desempregado e passando por dificuldades, o que me fez a curiosidade saltar e perguntar: mas o que houve com você? Um ótimo carpinteiro não fica sem trabalho, costumam é sobrar oportunidades!
Esses preconceitos que a gente carrega mesmo sem querer, logo me levou a pensar se aquele costume não teria virado vício e daí as consequências do alcoolismo.
Você já tentou se empregar na prefeitura, perguntei e ele me deu uma resposta surpreendente: - sim, mas não estão contratando ninguém e faz tempo, lá só tem uma vaga para escafandrista. Falei para mim mesmo em silêncio a surrada frase usada pelos beatos de plantão: “só Jesus na causa” e me perguntei também em silêncio: por que uma prefeitura de um minúsculo município do interior de Minas Gerais, precisava contratar um escafandrista? Naquele município, eu conheço até bem, não tem nenhum grande lago, por que precisariam de um mergulhador de profundidades oceânicas?
O meu amigo de nome desconhecido desapareceu e as perguntas que me fiz não encontrei lógica para justifica-las.
No final das contas, para fazer um sujeito que vejo na rua de vez em quando, que nem o nome sei, com quem não me lembro de ter trocado nada mais que algum bom dia ou boa tarde, virar um amigo de confidências; fazer uma prefeitura pequena do interior de Minas, abrir uma vaga para escafandrista (em política tudo é possível) só pode acontecer nesses sonhos estranhos e não menos interessantes que costumamos ter.