PORTAS ABERTAS
Não sou bom nessa questão de figuras de linguagem, então em vez de dizer metáforas, prefiro falar que é o meu modo de dizer, será que acertei nessa?
Só muito recentemente descobri que a implicância que tinham comigo na minha infância, era consequência de não saberem lidar com uma personalidade talvez não muito comum, eu desconfio que eu era meio difícil de engolir, justamente porque não engolia facilmente as imposições e principalmente por querer entrar no mundo dos mais adiantados, querer brincar com os meninos da faixa etária mais adiantada, um dos exemplos.
Acho que nasci com alma de artista e isso precisava ser reprimida, na visão deles naquele tempo. Na minha juventude eu tenho certeza que era um tanto rebelde.
Tudo isso para chegar no ponto de que parece que eu sempre deixo as portas abertas por onde passo, isso é verdade, mas nem sempre é intencional, larguei portas abertas até mesmo onde não era querido por algumas figuras "importantes" (agora é que vão me chamar de narciso) pelo simples fato de que fui um profissional muito bem formado na minha arte, e sabia executar coisas que a grande maioria na profissão não conseguia com a minha perfeição. Então por onde passei deixei marcas positivas de alguma forma, tanto no tocante à profissão como no relacionamento com as pessoas de modo geral.
Profissionalmente eu nunca voltei para nenhum lugar de antes e só fiquei sem trabalhar nos raros momentos que eu mesmo quis.
Em relacionamentos eu voltei uma vez, porque fui chamado de volta e eu amava.
Os amigos, descobri nos momentos de dor, que tenho alguns que não imaginava o quanto verdadeiros eram, e são. São uma bênção a mais.
Voltando ao modo de dizer, quando escrevo minhas poesias, falo muito de mim mas uso muito as metáforas (será que tá certo?) Se digo que estou nas estradas e muitas vezes estou, estou dizendo que nunca parei, sempre acreditei no futuro, nas coisas boas que ainda podem me acontecer. As porteiras destrancadas é que não vou deixar que as minhas frustrações travem as minhas esperanças. Quando convido para amar, não estou implorando para ninguém se deitar comigo, estou dizendo que o meu coração não está petrificado. Quando digo que sou duro porque preciso, é para dizer que prefiro dizer a verdade, que não acredito em amor sem partilha, sem renúncia, sem fidelidade.