VALEU A PENA
Esta semana sem dúvida foi muito dura e rica ao mesmo tempo. Dura por ter executado uma decisão dolorosa que havia sido tomada há tempos e que por força das circunstâncias foi adiada por um tempo além do devido. Rica porque fiz uma coisa que sempre gostei muito, que é viajar de carro, observando e sentindo a natureza.
Morro de medo de altura, mesmo assim já desci dirigindo beirando os quênios do Rio Grande do Sul, subi e desci duas vezes a Cordilheira dos Andes, com outros dirigindo, o que parece pior. Não tenho medo de avião.
Em que pese o momento ser de seca, quando naturalmente a vegetação sofre as consequências, agora agravadas por fortes geadas e queimadas, valeu muito a pena.
Todos sabem que a minha querida Minas Gerais é um estado montanhoso, foram horas e horas dirigindo por aquelas estradas tortuosas em meio a montanhas exuberantes, infelizmente enormemente peladas, não só pelas queimadas, que quando vem as águas elas novamente ficam verde, mas também pelas erosões, frutos da ambição e ignorância humana.
Pastagens quase inúteis no meio de imensas montanhas rapadas sem condição de sobrevivência para qualquer vegetação. Quando surgia alguma montanha de mata densa, natural, parece que a angústia me pegava mais forte, por estar vendo a comprovação de que antes a vida era plena naqueles quase desertos inclinados.
É pena que essas experiências tão expostas não sirvam para convencer o nosso povo, que a exploração da natureza, sem critérios, foi e será o enriquecimento rápido para poucos e herança de miséria para muitos.
Muito em breve terei novamente um lugar mais tranquilo, espero, para fazer as coisas que gosto. Enquanto isso, vou fazendo o que for possível.
Sou feliz comigo mesmo, meus tropeços são porque tento fazer alguma coisa que quero, o bom é que muitas vezes dão certo, e quando não dão, provavelmente é o mais certo também.