Bendito passeio ao parque!
Era um sábado e soltei o corpo. Estava cansada pois tinha sido uma semana pesada. Tento dormir não consigo, afinal não tenho hábito de dormir após o almoço. Levanto, me visto e saio a caminhar pelos arredores. Me sinto só e triste. Vou em frente, em cada passo um compasso e lá vou eu numa cadência preguiçosa, ao Deus dará, sem rumo.
O dia está lindo, os pássaros cantam.. Entro num parque e me sento num banco para apreciar a paisagem. Observo tudo bem devagar como se tivesse degustando a natureza. Como ela é linda! Vejo uma graminha verde e um tapete de flores, cada uma mais linda que a outra. Parece que me cumprimentam e são de várias cores. Me levanto e caminho devagar para apreciá-las melhor, me agacho e faço um carinho suave em suas pétalas e folhas. Elas parecem sorrir e abrem-se para mim. Uma suave brisa passa pelo meu rosto e meus cabelos balançam ao vento. Assusto-me com um barulho, procuro com os olhos e não consigo saber de onde vem. Vou procurando de mansinho, bem leve e atenta. De repente vejo a cena mais linda que jamais vi, uma linda gatinha com sua ninhada, eles estão bem juntinhos e a mãe dos filhotes se assusta ao me ver.Ela me olha com aquele olhar sereno, verde como o mar e me encara como se tivesse suplicando alguma coisa. Meus olhos percorrem ao redor e não vejo ninguém. Percebi que a gata mãe estava amamentando. Parecia exausta e fraca mas defendia os gatinhos como se fosse uma onça. Fiz um carinho, tentando ganhar a confiança do animal e aos poucos ela já me estendia a patinha. Peguei-a cuidadosamente com seus filhotes, coloquei-os numa sacola e levei-os para minha casa. Arrumei um lugar aconchegante e a alimentei. Os filhotes não paravam de mamar. Depois deixei-os sozinhos e fui descansar, quando retornei vi um quadro que nunca me esquecerei. Estavam todos embolados; um por cima do outro, agarradinhos e dormindo. Estavam felizes e confiantes e eu era responsável por eles. Nos dias seguintes minha vida mudou, chamei o veterinário, preparei a caixa de areia e cuidei deles. A partir daí já não era mais triste, tudo mudou, eles passaram a ser da família e eu só os paparicava. O tempo passou e hoje já mais crescidinhos enriquecem a minha vida. Como adoro estes bichinhos: A Leidi, o Zen, o Tufão e a Ninja.
Bendito passeio ao parque!