Nada... Para sempre
Não se conformava com a certeza de que, mais cedo ou mais tarde, viraria pó, ou melhor, seria nada.
Mas sabia que não adiantaria se preocupar com isso, algo irreversível.
Bem que tentava aceitar esse nada, mas não queria crer nessa verdade impiedosa, inclemente.
Pegou um lápis e uma folha de papel e escreveu nela a palavra "pó". Viu-se, imediatamente, na palavra.
Em seguida, pegou uma borracha e, lentamente, esfregou sobre a palavra que acabara de escrever. E viu resíduos desmanchando a palavra "pó". Ele se sentia desintegrar...
Instantes depois, não existia a palavra "pó". Nem ele. Os dois eram "nada". Para sempre.