O BILHETE

Iniciou-se o dia como outro qualquer, o pessoal de cozinha limpando os equipamentos, o pessoal do salão organizando as mesas, o pessoal de balcão limpado seus apetrechos. O ambiente ainda não estava aberto aos clientes, eles teriam mais meia hora pela frente.

Eram exatamente 6:45h, porta ainda fechada e lá fora um indivíduo, bem vestido, cara de jovem, batia insistentemente para que abrissem a porta, a garçonete Márcia olha para seus companheiros como se buscasse alguma autorização para abrir a porta, afinal, ainda faltavam 15 minutos para abertura do restaurante, ansiosa por uma resposta, viu que o seu colega Paulo maneou a cabeça em sinal negativo lhe mostrando a hora no relógio do salão, imediatamente, Márcia, gesticulou com a mão a informação que não estavam ainda abertos, o cliente insistente teria que esperar.

O relógio então marca finalmente 7:00h e Márcia se encarrega de abrir a porta, assim que o cliente tem acesso, imediatamente já segura a moça pelo braço e informa o assalto, ele está armado com uma faca e uma pistola, o pessoal do interior do restaurante não passava de cinco pessoas, aos gritos, exigiu que todos viessem para trás do balcão e deitassem no chão, logo em seguida, deu uma volta no ambiente, sem perdê-los de vista, com a intenção de eliminar surpresas para sua abordagem.

Com todos deitados e apavorados, ele encarrega Paulo de recolher carteiras e celulares de todos.

Aquele restaurante era bem frequentado e os clientes habituais sabiam do horário de abertura, Sr. Medeiros, um idoso de uns 60 anos, cliente habitual para um café da manhã bem preparado com macaxeira e queijo de coalho assado, estranhou o horário que o restaurante ainda não abrira a porta, curioso, olha para dentro e não ve ninguém, embora perceba que o ambiente está totalmente preparado para inicio de atendimento, continua sem ver nada, outros passantes, alguns também clientes, se juntam ao Sr. Medeiros, também curiosos, que poderia ter acontecido?

Diante da sensação estranha que sentia, Sr. Medeiros, tendo o celular de algumas pessoas do restaurante, imediatamente liga para o número de Márcia, o telefone chama diversas vezes e não atende, liga para o número de Fábio, outro componente da equipe, e desta vez dá desligado, intrigado e bastante perspicaz e experiente, induz que algo esta acontecendo, só não sabe o que é, sendo assim, procura ajuda da primeira viatura policial e relata o que está acontecendo, os policiais, se aproximam da porta para vislumbrarem o interior, neste instante escuta-se um tiro e que atravessa a porta de vidro e atinge o poste em frente ao restarante, os policiais sacam suas armas e solicita que todos se afastem, e tratam de abordar a situação já com outro olhar, está havendo algo perigoso naquela ambiente, esta havendo tiro e eles precisam agir rápido, de pronto, já solicitam apoio de outras viaturas da proximidade.

Chegam outras viaturas, sirenes logadas, os policiais começam a bater na porta e esperam alguma resposta, neste instante, novo tiro e uma voz dizendo que tem todos os funcionários trancados no vestiário, ele havia feito isso logo após recolher os pertences de todos, continuando, ele disse que tinha suas razões para fazer aquilo, o policial mais graduado, o sargento Moacir, logo trata de estabelecer uma linha de negociação, agindo com calma e usando todo o treinamento para uma situação como esta, porém, o suspeito, argumentava que precisava de sua mulher ali, tudo indicava que a fonte do problema era ela, com calma ainda, o sargento busca acalmá-lo e diz que fará o possível para atendê-lo, pede o endereço e o nome da pessoa, e decide que será o caminho seguir, sem querer invadir o ambiente e provocar resultados inesperados, informa ao suspeito que já mandou viatura buscar sua esposa, o local não era distante, apenas cinco minutos de onde estavam e que ele mantivesse a calma.

Após quinze minutos, chega sua esposa, seu nome é Suely e o sargento lhe informa a situação e solicita a um soldado que lhe coloque um colete, em seguida, ele já orienta D. Sueli e pergunta o nome do esposo, é Samuel, diz ela, o sargento segue com as orientações e vai até a porta e informa a Samuel sobre a chegada de sua esposa,

O ambiente fora já virou uma aglomeração, é feito um cordão de isolamento a fim de se evitar que as pessoas interfiram no trabalho da policia, todos tensos, esperando a solução deste episódio nunca visto por eles naquele bairro tão tranquilo.

Diante da porta, com todo cuidado no interior do prédio, o sargento busca um contato com Samuel antes que sua mulher inicie qualquer conversa com ele, já pede para ele soltar as pessoas, que não vai lhe acontecer nada, que existe já a imprensa filmando tudo, enfim, ele estava buscando demover o Samuel daquela ideia maluca de reter as pessias e se entregar de vez e assim acabar com aquilo, não adiantava, Samuel queria estar a sós com suas esposa, estava claro que a solução estava sob esta possibilidade, mesmo assim, o sargento temia pela segunça de D. Sueli, mas vendo que o Samuel estava irredutível, aceitou autoriza-la a entrar no restaurante para conversar.

Samuel abre a porta, D. Sueli entra, ouve-se em seguida um tiro e logo depois um outro, os policiais se protegem e olham pela janela de vidro, o que se vê são dois corpos estendidos, D.Sueli ainda tremendo e gemendo, Samuel, imóvel, havia no chão já sangue dos dois corpos, o sargento força a porta e se depara com o corpo de Samuel não se mexia, o sargento vê a arma em sua mão próxima à cabeça e constata que ele está morto, urgentemente, já aciona um de seus soldados para chamar uma ambulância, por acaso do destino, independente do acionamento ao SAMU, havia uma delas retida no trânsito próximo ao local da ocorrência, logo os paramédicos chegram ao local e iniciaram o atendimento de D. Sueli, constatam que seu ferimento não é fatal mas é sério, e tratam de retirá-la imediatamente dali.

O sargento, vai ao encontro dos funcionários e os libertam da sala onde estavam, pede que todos permaneçam no local pois a civil iria conversar com todos.

O sargento, já com o ambiente mais controlado e aguardando a policia civil, percebe ao lado do corpo de Samuel um papel, era um pequeno texto que dava para ser lido sem que precisasse retirá-lo do local, lá podia-se ler :

“MINHA QUERIDA SUELI, EU NÃO ESTAVA CONSEGUINDO VIVER SEM VOCÊ, ESTA SERIA A MINHA ÚNICA CHANCE E CERTEZA QUE ESTARÍAMOS JUNTOS, ETERNAMENTE”

Foi um crime, onde apenas ele seria a vitima fatal, em nome de seu amor por ela,

sonetosamadores
Enviado por sonetosamadores em 06/05/2021
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