Maldita existência.
Era o céu de uma sexta-feira. Não tinha ninguém, mas talvez nunca tivesse.
Eu poderia rir e chorar, pois a vida é uma tragicomédia.
Por quê existe a insatisfação? Os tristes desfechos e as eternas perguntas? Será que consigo jogar xadrez com você e dizer sobre a minha vida e o meu falso legado?
Temos que matar mais o que? O amor? A vida?
Quero ficar sozinho, longe nessas pessoas, ou no tal projeto de instrumentalização humana. De vez em quando, tenho pesadelos: imagino que estou dentro daquele anime emo, que se chama Neo Genesis Evangelion. Deus...que pesadelo de existência!
Outro coisa é estar trabalhando, de novo, da bombonierie de meu pai. Atendendo e atendendo. Outra imagem é um palco vazio, uma guitarra quebrada e o pedal estourado.
Outra imagem é o rosto de Victoria: a sua brancura clássica, o seu jeitinho de menina, a sua magreza comum e o seu traseirinho aconchegante. Reproduzo várias vezes eu tocando sem querer aquele traseiro bonitinho e redondo. Ela se mexeu e tudo ficou bem...
mas sempre acordo, suado, fudido, fedorento e com bafo de merda. Deus... algumas mulheres já falaram que única coisa que tenho de belo é os meus dentes, mas agora eles estão apodrecendo.
Algumas falaram que eu sei escrever bonitas canções, mas que me falta uma grande canção de amor...
Deus ...que tortura!
Deus...vamos sair na porrada! Vamos nos ver daqui meia hora: deixo sentir que posso te levar a mil quarteirões e ver como o jogo vai acabar. Deixo sentir a porra do sangue divino e a sensação que a vida, é de fato, fodidamente especial...
Mas é uma maldita sexta-feira. Eu estou aqui: sozinho e sozinho. Isso é uma benção, mas é uma dor. É o Paraíso, mas ao mesmo tempo, é o Inferno...a contradição humana...
a maldita existência.