OLHAR CORTANTE
Nunca esqueço dentre outros fatos não esquecíveis.Mas esse foi deveras marcante.Fiz uma viagem para Barreiras, cidade onde nasci, aqui na Bahia.Depois de de está morando em Salvador por muitos anos. Eu tinha e tenho referências familiares, fui visitar este município em viagem de férias da faculdade.
Ao chegar a referida cidade fui ir ver uma amiga de minha mãe,(vale salientar que minha mãe já havia morrido quando eu tinha oito anos de idade), um ser humano maravilhoso,nobre, uma pessoa de luz.Aqui fica a contemplação. Como seres filhos de Deus são tão divergentes em suas essências.
Ela ficou radiante ao encontrar-me.Não me lembro do nome dela, só me lembro que ela era uma excelente doceira.Conversa vai, conversa vem, ela resolveu me apresentar a uma mulher que era conhecida de minha mãe, essa senhora tinha uma loja, e sua casa ficava na parte de cima da mesma, era na mesma rua dessa amiga de minha mãe.
Lembro-me dessa senhora quando eu era criança.Minha mãe lavava roupas para sobreviver, não sei sei se lavava as roupas da lojista.Ao nos aproximar-nos dessa senhora ela estava conversando com outras mulheres,amiga de minha mãe abordou-a dizendo:
- Fulana olha quem está aqui, José filho da finada Maria, está um rapaz! Ela me olhou com um desdem, com um olhar de desprezo que fiquei sem chão. Me arrependi de ter aceito de ir ao encontro com aquela pessoa desprezível, que com aquele olhar me fez sentir naquele instante com um nada, na quele olhar mostrou o desprazer de me ver ali, e por não a minha existência. Ela deveria ter guardado alguma raiva, ódio contra minha mãe, e por que não também a mim
Lamentei ter pisado naquela cidade que tanto mal me fez, e ainda encontra pessoas maléficas como aquela.
Pela fisionomia dela ela tinha entre cinquenta e sessenta anos.Aquele olhar gélido em que não me esqueço ocorreu nos idos dos anos oitenta.Se ainda estive viva deve continuar com sua arrogância na sua essência, se estiver morta, para o túmulo levou sua bestialidade para o túmulo.